As pessoas morrem antes da morte.
Foi tristeza que a matou.
A tristeza.
Ela mata bastante gente jovem… o tempo todo. São pessoas em profundo estado de vulnerabilidade sentimental. Gente que masca chiclete de boca aberta e bebe água de canudo. Pessoas presas. Mas atingir a velhice é sinônimo de felicidade ou covardia?
Ei, esvazie seus bolsos, coma pouca carne vermelha, escove os dentes, pratique exercícios físicos e recicle seu lixo. Pra quê? Pra fazer parte. Quem não faz parte está à margem, sozinho ou mal acompanhado. E nesse estado a tristeza nutre seu melhor remédio; a morte.
Essas pessoas se incomodam com o
comum e idolatram o ineditismo. Consomem a vida com muita rapidez. Reféns passionais, elas se cansam rápido. Odeiam o marasmo, e morrem. Pois a vida é chata. Mas não existe nada original. Até mesmo a identidade é coisa de idênticos! Esse horto estéril só assina a estupidez da negação da vida. Pessoas tristes são estúpidas.
Chegar à velhice deve ser sinônimo de viver, em gozos e reveses. Mas pessoas tristes foram frágeis cabaças que beberam do ódio nos pontos de ônibus e em igrejas. Ela morreu por isso. Ninguém era capaz de quebrar o toque da pele.
Um beijo na alma é dolorido. Um olhar mais prolongado é dolorido. Pessoas presas. Elas estão aí, dirigindo carros, comprando sabonetes líquidos, fabricando verdades, usando meias e sendo gentis nas filas.
E mesmo uma capsula de vida tem prazo de validade. Estão nos estádios de futebol, nas drogas e nas brigas de trânsito. Precisam ser bem administradas. Daí ser ideal aproveitar os picos de alegria com maior intensidade e viver apenas o luto da tristeza. Isso não é segredo.
É?