Tinha medo de altura e comia rápido em muquifos pequenos do Largo de Santa Rita. Na maioria das vezes, eram sujos. Era uma escolha aleatória, contanto que não tivesse degraus. E haviam vários desses botecos naquele “redondão”. Tinha o da irmã evangélica na Rua XV, esquina com o Largo, concorrendo diretamente com um jovem tido “arrogante” pois escolheu encrustar, ali na poética boca do lixo, uma pastelaria azulejada e limpinha. Também abria portas até aos domingos o casal coreano da Rua Santa Rita esquina com o Largo; além da Pastelaria Chinesa gerenciada a mãos de ferro e faca por um oriental curvo e quieto. Porém, mesmo na pastelaria moderna, Edgar entrava por vezes. Era uma seleção alheia aos costumes e indiferente ao “risca faca” de alguns findos dias. Edgar fazia dali, em passagens breves e caóticas, seu antro particular. Fazia ali suas escolhas em sublime exercício tresloucado e inconsequente. Era bom estar ali, ainda que por alguns minutos do horário de almoço.
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