benito bronzeado

Tem passado alguns dias eu assistia certa protuberante exibição tosca. Praguejei! Amaldiçoei! Desgracei! … Quando eu agia dessa maneira, em ódio e desequilíbrio, fui interrompido, no meu discurso exaltado, por um amigo que formula o seguinte comentário intrigante: Lékê, você é fascista cara!Eu me questionei a respeito e encontrei meus motivos! Me ne frego,Noutro dia que já tem passado me deparei com discussão bem descabida e inconveniente que versava sobre os valores raciais. Meu interlocutor argumentava que negro realmente era a pior raça e eram, por natureza, limitados e assim sucedendo em opiniões já há algum tempo, graças ao avanço humano, desconexas. O mais importante no contexto desse diálogo era a real posição do meu interlocutor segundo pessoas mais intimas; ele na verdade não era racista ou coisa que o valha e estava agindo àquela maneira segundo suas influências sociais. Pois é! Sou fascista! Desconsidero a existência de pessoas que, por influência alheia, toma partidos complexos na perfeita harmonia da ignorância. Não aceito a convivência social com a parcela humana separatista e acéfala que desmembra a antropologia com o fantástico impulso da inaptidão. Mais alarmante que ser discriminador racial é não o ser, mas vender-se como tal, pois é na formação cultural, social e, portanto argumentativa, que o ser humano tem sua essência.Somos feitos das coisas que acreditamos serem verdades, das coisas que defendemos, da preferência política, dos filhos que criamos, dos pais que escolhemos respeitar, de caminhos inexplorados, do jornal assinado, de amigos vendados, e numa infinidade de, basicamente escolhas, nos firmamos como habitante planetário.Considerando a explanação acima acredito ser o pior, e desnecessário terráqueo, aquele que se deixa influenciar incultamente. E nessa conjuntura o óbvio nos salta aos olhos: o acesso à cultura e à educação é parte intrínseca da formação social humana, não digo dos “perfeitos”, pois essa não é a intenção… Digo dos sensatos. Dos seres responsáveis pelo equilíbrio humano por aqui e pronuncio: tenho clara pretensão de sufocar o monopólio cultural e de informação. Pois é! Sou fascista!Noutro dia que já tem passado me deparei com discussão bem descabida e inconveniente que versava sobre as preferências musicais e me deleitei à beça com a altercação boçal… Enquanto meu interlocutor falava às traças eu, em devaneio inconsciente, pensava em pessoas que, sem conhecer determinado assunto com alguma perícia, submetem ouvidos alheios a toda sorte de bobagens. Para esses momentos eu infelizmente ainda não aprendi a me desprender da matéria. Estou em mim e me entrego em prazeres naquela que era mais uma discussão barata. Perdoem-me os ecléticos de plantão, mas eu não acho sequer aceitável a execução de uns pares de músicas, pra citar um segmento. Pois é! Sou fascista! Sou fascista no sentido antidemocrático da palavra, no sentido déspota em relação a muitos assuntos.Tem dessas espécies que impagavelmente vagam por ai que confesso ter a maior de todas as minhas ojerizas. Digo daqueles que fazem uso da oratória ou da escrita para disseminar diferenças ou monopolizar opiniões. Esses são os piores! Digo daqueles que, por desleixo da natureza, desenvolveram aptidão para se comunicar com facilidade, mas que não são comunicadores sensatos, tolerantes ou responsáveis pelo equilíbrio humano por aqui e pronuncio: tenho clara pretensão de boicotar qualquer tipo de manifestação inculta, pois sou fascista!O sujeito que articula sem conhecimento do que fala se torna com facilidade um ridículo, mas até isso naturalmente acontecer ele com certeza chegou a alguns outros cerebelos com potencial suficiente para promover um desequilíbrio sem tamanho em nosso espaço geopolítico. Podemos ter o que quisermos, mas é a escolha que assina nosso atestado. Por isso a necessidade de nos policiarmos o tempo todo em relação ao que lemos, ouvimos ou vemos.Não tem jeito pessoal: sou fascista mesmo!