gostei da idéia fortuita em publicar dupla. Desta forma, à reta final das comemorações de um ano na blogosfera procura a visita, em minha página, de Alexandre Guerra escrevendo entre paredes e atrás da porta. Encontro-o próximo da Gabi, guria reflexiva, espontânea e adolescente, no que a palavra tem de “condição”. Ambos me construíram por aqui. De Alexandre Guerra, a letra madura; de Gabi, o singelo.
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Coloco na roda: Alexandre Guerra atrás da porta e a Miss umbrela, Gabriela Melo
Espantalho
Vejo meus olhos sepultados lado a lado
Debruçados a beira de um caixão alugado,
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Tento mesmo que inutilmente fazer brotar
Aquele que um dia desejou aprender voar,
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Ao meu lamento um desalento se segue
Por não poder mais chorar dor e sangue,
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Pus meu gesto de adeus na paisagem
Como quem distorce a própria imagem,
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Roubaram-me o lado sentido de dentro
Venderam-me o lado racional ao centro….
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Eu tinha algum olhar…
Eu tinha algo a dar
Alexandre Guerra
Infância
Lá em casa
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O açúcar era guardado na geladeira
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Por causa das formigas.
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Gabriela Melo