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alexpinheiro

A luz

Atravessou a rua e entrou em uma lanchonete vazia, estreita e com pouca luz. Enquanto pisava cauteloso viu aproximar-se, serelepe, uma menina oriental com menos de um metro de altura, cabelo até os ombros e muito carismática. A garota chegava…

A dança da solidão

Telefonou para as poucas pessoas que ficam. Disse algumas palavras e não ouviu nenhuma. Foi até o banheiro, lavou as mãos, olhou no espelho por longos dez segundos, lavou as mãos novamente e saiu. Agora, na calçada, ela parou de…

Primavera

O sinaleiro assistia, com desdém, o pobre cruzar a rua. De comportamento comum, trajado em azul e botas com bicos de aço, tomava sempre o mesmo rumo a fim de descansar para o despertador do dia seguinte. Declarava imposto de…

Os párias

Moscas. Vinham ao gosto de minha pele salobra. Cobriam suas cabeças com véus e prostravam zunidos orquestrados, numa mórbida adoração. Uma melodia sem maestro, porém perturbadoramente coordenada. Se, por um lado, invejavam sinfônicas, por outro pareciam desconhecer as partituras, uma…