Ontem o programa Roda Viva, na Tv Cultura, sabatinou Rui Falcão, presidente nacional do partido menos partido de todos, o Partido dos Trabalhadores que, nascido no seio do sindicato, perdeu sua agenda política e até seu intertexto mais significativo: a pauta trabalhista.
Na bancada, entrevistadores claramente interessados em destituir o PT do poder, inclusive sem nenhuma consideração por qualquer ação relevante que a legenda tenha conseguido implantar neste novo Brasil. Jornalistas que, como a maioria da categoria, têm perdido a essência da profissão e se tornado cada vez mais prostitutas de interesses institucionais.
Na internet, os seguidores de Lula foram convocados para levantarem a entrevista nos trending topics do Twitter e…
incharem as redes sociais com mensagens como: “A imprensa golpista apanha de Rui Falcão e sua serenidade”. Essas pessoas pareciam assistir a outra entrevista, não aquela.
O deputado devaneou em varias oportunidades e, sujo como reza a cartilha da política nacional, fez propaganda eleitoral em um debate ao vivo! Ele debulhou tanto que tentou vincular o PT ao circuito Fora do Eixo que, diga-se de relance, tem um mérito órfão. Tentou até vincular seu discurso com a imagem dos blogueiros mais conhecidos do momento; aqueles que escancararam os porões da Rede Globo.
Enfim, assim como a entrevista com José Serra (PSDB), dias antes, conseguimos ter certeza que os partidos políticos realmente não conversam mais com a sociedade. Eles parecem querer mudar um país que já está muitos anos à frente deles. Até a Juventude do PT, citada em vários momentos da entrevista como uma ferramenta importante do partido em seu diálogo com as ruas de junho, precisa mudar o nome, pois perdeu os jovens.
De um lado, os militontos do PT louvando a participação de Rui Falcão no Roda Viva, do outro os xiitas ridicularizando sua peculiar postura omissa. O importante mesmo é o brasileiro ter se politizado mais com as manifestações de junho. O Brasil não acordou; cresceu.