país das armadilhas

Por conta das últimas…

Dos últimos…

Do que se anuncia correto,Mas é demagógico.

Veio da barbearia mais próxima do ridículo,Do infudado,

Infindável

E afundável.

Deve ser lançado no Brasil um filme intitulado “Turistas” que por força do horror sensacionalista, coisa que o fino leitor compra, denigre a imagem turística e captadora de recursos do Brasil.Ouvi dizer que estão até fazendo campanhas gigantescas no exterior para abater essa imagem negativa e “verdadeira” do nosso país, objetivando atrair esses “trocados” novamente para o país das armadilhas.Pois eu quero aqui nesse humilde espaço propor ao leitor uma experiência, no campo do que é imaginário, de se teletransportar para outro país e chegando lá “tudo pode acontecer”… tu sai para tomar uma caipirinha e ela – olha só! – por “acidente” tem “boa noite cinderela”… um outro ser humano fala com você, mas por cultura atrofiada você não entende nada do que é dito em seu transe psicológico… o pobre leitor acorda então em um lugar estranho sem pertence algum e, arrisco dizer, sem roupa nem rim. Trágico?! Não meu caro conmatriota, realista. Isso acontece no Brasil, e o pior é que na frase anterior eu escrevi “acontece”. Agora a parte final dessa nossa incursão no âmbito das coisas imaginárias: você teria simpatia por esse país?! Você gostaria de voltar para esse lugar sem leis que vende pacotes turísticos fantásticos e atraentes!? Você nutriria por essa pátria algum sentimento semelhante ao carinho, ou admiração!?Creio que podemos boicotar o filme por valia dos direitos assegurados de liberdade de expressão, ainda que falhos, mas podemos sim boicotar o vídeo. Mas criticá-lo é ser condizente com nossa frágil realidade social, com nosso espaço territorial minguado em sua cultura. Um filme produzido nos Estados Unidos, encenado por americanos e vendido por estadusunidenses pode destruir bem menos nossa identidade, nossa sociedade, eu diria até nossa economia, do que as nossas próprias músicas. Uma novela, por exemplo, produzida em solo brasileiro e assistida pelo mundo pode nos humilhar mais do que um filme crítico, ofensivo e “realista” como “Turistas”. Uma música cantada em “brasileiro” ou “lusamérico” massacra toda uma cultura batalhada, fulmina toda uma moral conquistada, desestrutura o país inteiro… sem o menor esforço conseguimos listar infindavelmente “canções” de matar que enxovalharam por alguns meses o país inteiro. Não seria o caso de boicotarmos o que está sendo produzido no Brasil?!Noutro momento ouvi comentários indignados e questionamentos infundados dizendo “por que não fazem um filme falando mal deles?”. Ora, ora, ora, é o que os americanos mais fazem e me ponho a pensar até se esse não é um dos motivos que faz daquela nação um monopólio político, cultural, monetário e social do mundo. Penso que rir de si é uma virtude construtiva. Criticando você mesmo é que conseguirás se transformar, adaptar-se e, porque não, evoluir!De certa feita ouvi sobre a produtora do filme. Uma guia de turismo extremista dizia que devemos boicotar não só o filme, mas a produtora também, deveríamos olhar no verso de todos os DVD’s que fossemos alugar e “dizer não”. Confesso que me senti parte de uma marcha “diga não”, uma sensação única de prazer, um surto de poder de transformação, arriscava até um rosto irado, uma expressão de guerra. Mas logo tomei nota de quem sou. Lembrei que tenho opinião própria, aliás nem sempre bem aceita. Fui parar dentro de mim, como um anjo caído aflorando a insensatez e o realismo. A produtora 2929 Entertainment ou a Fox Atomic, responsável pela distribuição nos EUA, compromisso algum tem com o conteúdo de um determinado filme. Ela produz e pretende vender. Esse é o único objetivo de uma produtora. Mesmo que ela tivesse responsabilidade sobre o conteúdo exibido no longa não achas tu, paciente leitor, que ela está fazendo um favor ao seu país, prestando um serviço à sua nação escancarando para o mundo o que você tem aqui na sua casa, pra ver se assim você tem vergonha da próxima estação de rádio, do próximo canal de televisão, do jornal sensacionalista, da revista de fofoca, e tantas outras… coisas.Está certo que o filme comete erros como qualquer outro. Erros do tipo mostrar um ônibus que não existe em circulação para turistas em lugar algum. Mas por qual dos motivos debaixo do Sol – senão esses técnicos – teríamos que nos irritar?! Pelos trocados que não vão entrar no país?! Por qual dos motivos debaixo do Sol teríamos que boicotar o filme “Turistas”?! Pelo boicote do mundo a um turismo arriscado, comprometedor, adrenalitico, perverso, imoral, mentiroso e prejudicial?! Afinal nós estamos ou não em um país que “Parece o paraíso. Tem jeito de férias.” Mas “tudo pode acontecer”?!