Órfã
a zero horanão tem dono; não é de ontem, nem de hoje..
a zero horanão tem dono; não é de ontem, nem de hoje..
uma cavidade escuracolore minha gargantacom duas esferas vermelho-musgo; o escorregadio veneno de mim mesmo. tem um asco hálitome enfeitando.Um agudo atrás da orelhae duas esferas carnosasengolindo tudo o que eu comona dança luta da saliva. a Minha saliva.
“Quantos ovos?!” – indagou o vendedor. O guri, com os dedinhos roçando o queixo, diz: “o bastante para os lagartos morrerem de fome”.
Que pau me pese, o tal grito ficou engolido;virou palm top assumido. Mas eu nãoSou pênis para toda obrae não estarei vivoacanhado rugas dentro de uma cueca suja.
Meu quarto está quentee ainda guardao amargo docede uma mente desvairada que, ontem,me pegou dejeito.e me fez dejeto.